Mulheres e Ciência: O impacto do trabalho de uma bóloga no Canal do Sertão de Alagoas

Em pleno sertão alagoano, onde o ecossistema exige um olhar atento às necessidades da população e à preservação ambiental, o trabalho feminino tem se destacado em uma das maiores e mais modernas obras hídricas do Brasil: o Canal do Sertão. Com o objetivo de reduzir os impactos da seca e impulsionar o desenvolvimento do semiárido, a participação de profissionais como a bóloga Sheila de Andrade Barbosa Curty se torna essencial para o equilíbrio entre progresso e sustentabilidade.

Natural de Água Branca, no alto sertão de Alagoas, Sheila é formada em Biologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e atua no gerenciamento e supervisão ambiental das obras do Canal do Sertão desde 2011. Responsável pela coordenação de equipes e pelo cumprimento das exigências ambientais estaduais e federais, ela desempenha um papel fundamental na preservação do ecossistema local.

Sobre os desafios que enfrenta como mulher em uma área majoritariamente masculina, Sheila é direta: “Desafios relacionados ao gênero, qualquer mulher já enfrentou, mas precisamos ter maturidade para lidar com isso e foco em apresentar grandes resultados”. Para ela, a obstinação sempre foi um diferencial para superar barreiras e reafirmar seu espaço no setor.

Dividindo-se entre trabalho, família e afazeres domésticos, Sheila compartilha que o segredo está em não se cobrar demais: “Nem sempre daremos conta de tudo, e está tudo bem. Precisamos entender as prioridades para cada momento”, afirma.

Ao refletir sobre a trajetória das mulheres ao longo do tempo e suas conquistas, Sheila reforça a importância da determinação para alcançar seus objetivos: “Precisamos ter força de vontade e entender que uma mulher com foco consegue ocupar qualquer posto, independentemente das dificuldades”, conclui.